Devo decantar um vinho branco?
Comecemos pelo básico: decantar vinhos brancos não é um pecado capital, mas também não é algo que você deve fazer só porque o decanter combina com a sua mesa de jantar. A prática, tradicionalmente associada a tintos encorpados, pode ser útil para certos brancos – desde que você saiba o que está fazendo.
Vinhos brancos envelhecidos, por exemplo, são candidatos perfeitos para a decantação. Imagine um Chardonnay ou um Riesling que já viu mais safras do que temporadas de Malhação. Esses vinhos, com o tempo, podem desenvolver aromas que ficam “adormecidos”. A decantação funciona como um despertador suave, ajudando a liberar nuances que estavam escondidas. É como colocar uma música para tocar depois de anos guardada em um vinil – de repente, tudo faz sentido.
Já os vinhos brancos jovens e frutados, como um Sauvignon Blanc ou um Pinot Grigio, geralmente não precisam dessa ajuda. Colocá-los em um decanter pode acabar tirando a graça, deixando-os sem personalidade.
Outro motivo para decantar vinhos brancos é a presença de sedimentos. Sim, vinhos brancos também podem formar depósitos sólidos na garrafa. Isso é mais comum em vinhos que passaram por conversão malolática ou envelhecimento em barris. Nesses casos, a decantação age como um filtro que separa o líquido das partículas.
Como decantar um vinho branco
Se você decidiu que o seu vinho branco merece uma passagem pelo decanter para abrir os aromas, aqui vão algumas dicas. Primeiro, escolha um decanter menor – afinal, vinhos brancos não precisam daquela superfície gigante de oxigenação que os tintos adoram. Segundo, controle o tempo: enquanto tintos podem precisar de horas no decanter, vinhos brancos geralmente só precisam de 15 a 30 minutos. Pense nisso como aquela pausa para o café – rápida, mas suficiente para recarregar as energias.
Por fim, sirva o vinho na temperatura certa. A faixa ideal fica entre 8°C e 12°C, dependendo do estilo do vinho.
No fim das contas, decantar vinhos brancos é uma questão de experimentação. Se você está em dúvida, faça o teste: prove o vinho direto da garrafa e depois de decantado. A diferença pode ser sutil, mas também pode ser surpreendente!
