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Conheça a IP Vales da Uva Goethe, em Santa Catarina

goethe

Os Vales da Uva Goethe ficam no Sul de Santa Catarina e compreendem o município de Urussanga e seus vizinhos Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Içara e Nova Veneza. O nome é Vales mesmo, no plural, pois são dois vales que compõem a região: o Vale do Rio Urussanga e o Vale do Rio Tubarão. Atualmente, ela é a única Indicação de Procedência fora do estado do Rio Grande do Sul, e a única do país que se dedica a uma uva híbrida.

A UVA GOETHE

A uva Goethe é um cruzamento composto por 87% de uvas viníferas européias (Moscato de Hamburgo, Moscato de Alexandria e Schiava Grossa) e 13% de uvas americanas. Ela foi criada em Massachusetts (EUA), em 1851, pelo horticulturista Edward Staniford Rogers, que deu o nome de Goethe à variedade em homenagem ao escritor alemão Johann Wolfang Von Goethe. Também é conhecida como Roger’s 01.

O objetivo do cruzamento foi obter uma variedade que unisse a resistência das uvas americanas, com a intensidade de aromas das uvas européias. Objetivo alcançado. As videiras de Goethe são mais resistentes à umidade e aos problemas que ela traz, e seus vinhos têm aromas bem florais e frutados, que lembram bastante aqueles trazidos pelas duas variedades de Moscato que fazem parte de sua composição.

Uva Goethe

A UVA GOETHE EM SANTA CATARINA

A viticultura chegou em Santa Catarina na época das imigrações italianas. Os italianos que se instalaram nos arredores do município de Urussanga, no litoral sul catarinense, produziam vinho para consumo próprio, mas a atividade ainda não tinha fins comerciais nesta época. Isso mudou com a chegada de Giuseppe Caruso MacDonald, membro do consulado italiano e encarregado de acompanhar as colônias de imigrantes italianos em Santa Catarina. Ele instalou-se em Urussanga e trouxe consigo mudas de uva Goethe, as quais distribuiu aos colonos da região. A produção de Goethe se espalhou, cresceu rapidamente e tornou-se comercial. Os vinhos ali produzidos eram vendidos para Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e outros estados no norte e nordeste do país.

Devido à importância da produção vitivinícola na região, Getúlio Vargas autorizou, em 1942, a fundação do Instituto de Fermentação na cidade de Urussanga (que passou a se chamar Subestação de Enologia de Urussanga em 1950). A produção, no entanto, entrou em crise ao perder mão de obra para a exploração carvoeira na região, que crescia rapidamente durante os anos que coincidiram com a Segunda Guerra Mundial.

A partir da década de 80, movimentos pela busca das origens e celebração das tradições italianas ganharam força na região, consolidados através da criação de datas especiais e festividades, como a Festa do Vinho, que acontece até os dias de hoje, a cada dois anos. Já na década de 90, as atividades da Subestação de Enologia foram retomadas. A subestação tornou-se a Estação Experimental de Urussanga e passou a ser dirigida pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).

Em 2005, os produtores de vinho da região se uniram para fundar a PROGOETHE e saíram em busca de reconhecimento através de uma Indicação de Procedência, oficializada em 2011 e implantada, plenamente, em 2013.

ENOTURISMO EM URUSSANGA

Urussanga é a principal cidade dos Vales da Uva Goethe. Com pouco mais de 20 mil habitantes, o município celebra sua cultura através de festas tradicionais, da preservação de prédios históricos e da vitivinicultura. Com bons restaurantes e charme de uma cidade pequena, é o local ideal para fixar base ao visitar a região.

VINÍCOLAS PARA VISITAR

Vinícola Mazon

Vinícola Mazon tem o projeto enoturístico mais completo da região. Eles oferecem 6 apartamentos para hospedagem, com café da manhã, em meio a área verde de sua propriedade, além de um restaurante super agradável, com capacidade para 450 pessoas (eles realizam casamentos e outros eventos por lá!), que serve pratos típicos da região e abre todos os domingos para o almoço. Também são comuns as atividades culturais promovidas na vinícola, como as oficinas de mosaico com as mestres mosaicistas Manas Bonetti, duas artistas locais talentosíssimas, formadas na Scuola Mosaicisti del Friuli de Spilimbergo (Itália), uma das mais tradicionais do mundo nesta arte.

Patrícia, proprietária da Vigna Mazon, é muito ativa na cidade e incentiva o turismo não só em Urussanga, mas também nas cidades vizinhas, montando roteiros e assessorando as visitas a diversas atrações locais.

Casa del Nonno

Fundada em 1975 como Vitivinícola Urussanga, a Casa del Nonno, como é conhecida hoje, já está sob administração de sua terceira geração. Com sede no centro da cidade, a vinícola recebe grupos para degustação de vinhos e harmonizações. Uma vez por mês, abre suas portas para um happy hour em seu pátio externo, em frente ao vinhedo-modelo (os vinhedos utilizados na produção ficam mais afastados), em um ambiente bem agradável. A edição em que participamos estava super animada e cheia de gente bonita. Pena que é só uma vez por mês!

Veja também: Vinícola Trevisol e Vinícola De Noni

ONDE COMER

Noci

Fundado recentemente pelo chef Antonio Ribeiro, o Noci fica em uma linda casa colonial, cuidadosamente restaurada e bem próxima à Igreja Matriz. Antônio, que viveu, estudou e trabalhou por 10 anos em Oxford, na Inglaterra, retornou a sua terra natal e investiu no charmoso restaurante, que serve um menu à la carte bastante sofisticado e que muda conforme a sazonalidade dos ingredientes.

Pirago

Restaurante Pirago é um clássico na cidade. Funciona em uma linda casa colonial feita de pedras, construída em 1885, e é bem concorrido nos finais de semana. Ele serve uma sequência deliciosa de risotos, massas e carnes, por um valor fechado de R$60,00 por pessoa (maio de 2019).

Roma Gelato & Caffe

A gelateria Roma serve o típico sorvete italiano. Sorvete não, gelato. A família proprietária tem bastante experiência: trabalha neste ramo há mais de 35 anos e também possui duas gelaterias na Alemanha. Eles oferecem 14 sabores, alguns bem tradicionais, outros nem tanto. Vale a pena provar os inusitados gelatos de Milho Verde e de Chocolate com Pimenta. O local também funciona como café, e serve tortas, bolos, sanduíches, bruschettas e waffles.

Vinícola Mazon

Como falamos antes, a Vigna Mazon serve um almoço tradicional aos domingos, em um ambiente muito agradável. É uma ótima idéia para quem quer conciliar almoço e visita à vinícola. Especializado em culinária italiana, oferece um buffet com massas caseiras, carnes, saladas, acompanhamentos e sobremesas.

O almoço na Vigna Mazon é um clássico de domingo.

PONTOS DE INTERESSE

Se entre uma visita e um almoço sobrar um tempinho na agenda, vale a pena conhecer os locais e eventos listados abaixo. Clique nas imagens para ler a descrição.

COMO CHEGAR

• Acesso litoral norte via BR 101, entrando em Sangão à direita. Passa por Morro da Fumaça (30 km).
• Acesso litoral sul via BR 101, entrando em Morro da Fumaça à esquerda (25 km).
• Acesso via roteiro Serra-Mar
• Via SC 390 (antiga SC 438) entre Tubarão, Orleans)
• Via SC 446 entre Orleans e Tubarão
• Via Bom Jardim da Serra/Serra do Rio do Rastro e Orleans pela SC 390 (antiga SC 438).

OUÇA

Ouça agora o podcast gravado com Patrícia Mazon, sobre a IP Vales da Uva Goethe.

ASSISTA

Assista o vídeo que gravamos na IP Vales da Uva Goethe.


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