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Uma Visita à Bodega Garzón, no Uruguai

A Bodega Garzon, situada no pitoresco povoado que leva o mesmo nome, próximo à Punta Del Este, foi fundada em 2007, e é um dos estabelecimentos vinícolas mais visitados do Uruguai.

A cena é a seguinte: a partir da Ruta 9, uma das principais do país, entra-se em uma estrada de terra que se estende por cerca de 10km até o povoado. Imagine um filme de Velho Oeste: uma praça central, rodeada por uma igreja, algumas casas antigas e uma delegacia. Movimento na rua? Apenas um cachorro curioso e uma vaquinha que descansava tranquilamente no sol. Mas não se deixe enganar, o local já caiu no gosto de grandes chefs, e, camuflados de antiguidade, é possível encontrar um dos melhores restaurantes e pousadas de charme do país.

Bem-vindos ao pueblo Garzón!

Praça central de Garzón.

Para não fugir do clichê, uma igreja em frente à praça.

As ruas desertas de Garzón.

Único habitante da cidade que apareceu para nos receber.

O restaurante Garzón, do chef argentino Francis Mallmann

Saindo dali, basta rodar cerca de 12km para chegar na Bodega Garzon, um oásis arquitetônico em meio à poeira. A imponente construção no alto da montanha mistura ferro, vidro, concreto e vistas de tirar o fôlego.

Entrada do restaurante

A bodega recebe para passeios e almoços mediante reserva, mas tem também serviço de bar, com alguns petiscos, hamburguers e, claro, muito vinho. É uma boa pedida para aproveitar do lado de fora, admirando a vista, principalmente se você quiser fugir do almoço, que tem um precinho salgado. Ele funciona com menus fechados de 3 ou mais pratos, que custam a partir de 2.250 pesos uruguaios, o que é cerca de 250 reais por pessoa. E claro, são deliciosos. No fim de semana em que visitamos a bodega, estava acontecendo o Festival do Tannat e do Cordeiro, e havia um menu especial para a data, que incluía, também, alguns vinhos da bodega. Optamos por este.

Até a área da parrilla é linda!

Na recepção, uma tacinha de “vinho quente com especiarias”. Aham, sei. O nome disso é quentão. Recebemos uma cesta de pães caseiros e três azeites produzidos pela bodega para acompanhar, um mais saboroso do que o outro.

O deliciosos pães caseiros e a tacinha de “quentão chique”.

Colinas de Garzón, os azeites deliciosos da bodega.

Passamos para a entrada: empanada de cordeiro. Estava tão boa que, se cancelassem o resto nos dessem mais umas 10 empanadas, a gente ficaria bem feliz. Não foi o caso. A essa altura, estávamos bebendo um Tannat de Corte 2015 (80% Tannat e 20% Marselan, Tempranillo e Petit Verdot).

A empanada de cordeiro mais deliciosa que já experimentamos.

O primeiro prato foi um creme de moranga, com queijo de cabra cremoso, cogumelos e uma farofinha temperada.

Creminho de moranga para dar aquele conforto.

A partir daí, passamos para um Tannat Reserva 2015 sensacional, que já avisava que o prato principal estava por vir: terrine de cordeiro com purê de batata-doce e crumble de grão-de-bico. Olha, comida boa nos emociona, e essa terrine quase nos fez chorar. O problema é que, o cheiro era tão delicioso, que nos atracamos a comer e esquecemos de fotografar justo o prato principal! Foi mal. Quando o prato acabou, já estávamos imprestáveis. Só conseguíamos pensar em dormir. Mas mencionamos que tinha sobremesa? Torta de polenta com pêras (sim, polenta!), com calda de Tannat e creme de mascarpone. Comemos o que coube, porque, a essa altura, já não dava mais nem para raciocinar direito.

Torta de polenta com pêras, com calda de Tannat e creme de mascarpone

Depois desta orgia gastronômica, o jeito foi pedir um café e sentar na área externa para a apreciar a vista dos vinhedos e tentar voltar à vida. Mas a gente é brasileiro e não desiste nunca, então pedimos uma garrafa de Garzón Marselan 2015 e passamos a tarde ali, jogados em uma poltrona. Acha que é brincadeira? Perto da gente, um senhor muito genial deitou em um sofá e dormiu de boca aberta e com a mão na barriga por uma boa hora. Tivemos inveja, admitimos.

Uma garrafa de Garzón Matcelan 2015 e uma vista dessas para fechar a tarde.

A estrutura da bodega é de se apaixonar, a vista é de tirar o fôlego e, como é perto da praia, tem aquele cheirinho de campo misturado com brisa de mar que deixa a gente embriagado. Ou isso foi culpa do vinho? Não sabemos. Vamos ter que voltar mais algumas vezes para ter certeza.

Área interna da Bodega Garzón.

Vista da área externa.

Vista dos vinhedos.

Veja mais um pouquinho sobre a Bodega Garzón, no segundo episódio da série Uma Cave por Vez, disponível em nosso canal no Youtube:

Bodega Garzón


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